domingo, 27 de fevereiro de 2011

Tempo... Vida... Idade...



Sinto que o tempo me tirou as palavras
Que a vida me apagou os sonhos
Que a idade me tornou mais exigente comigo mesma

Sinto que perdi muito
Mais que ganhei em dobro
E a maior perda foi a de mim mesma

Perdi sorrisos...
Perdi amores...
Me perdi!

Um dia eu pude acordar sem medo do que iria acontecer
Hoje esse medo está sempre presente

Um dia eu sorria de alegria
Hoje ainda sorrio, mas na maioria das vezes para esconder tristezas

Como era bom ser quem eu era...

Só queria que o tempo
Que me arrancou as palavras
Levasse de mim, também, esse vazio que reside em meu peito

Que a vida, que me apagou os sonhos
Apagasse também as magoas e decepções

Que a idade, crescente a cada dia
Não me cobrasse melhorias constantes
Somente me desse à oportunidade de sentir e viver pelo que sinto

Queria amar sem medo
Acreditar sem receio
Confiar sem me decepcionar

E se eu pudesse parar o tempo
Recriar a vida e definir idade
Dar-me-ia a oportunidade de ser exatamente quem eu fui

Mas, se me permitissem, pararia as horas, no mais sincero abraço recebido
A vida seria embalada por melodias que traduzem sentimentos
E eu teria para sempre cinco anos, ou talvez dezoito...

Não há como voltar atrás...

Espero então que o tempo, a vida e as experiências de cada idade
Preencham esse vazio que insiste em permanecer em meu peito
E faça-me sentir novamente completa

Para que, enfim, eu me torne um ser em paz com o tempo
Com a vida
E com a minha idade.

 
(Thaise Frigo)
21/06/2010